segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

RESENHA: Divergente

Nome: Divergente
Autora: Veronica Roth
Editora: Rocco Jovens Leitores
Páginas: 504
Links: Skoob
Comparando preços: por R$22,15 no Ponto Frio

Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.


2012 foi o ano em que as distopias tiveram seu auge. Com o sucesso que a adaptação de Jogos Vorazes obteve, novos autores foram aparecendo, com histórias cada vez mais originais. A Rocco, visando que a trilogia de Suzanne Collins fez ótimas vendas, correu para comprar os direitos de uma autora novata, que aos vinte e quatro anos já tinha seu primeiro livro como best-seller.
Divergente se passa em uma Chicago futurista, que é dividida entre cinco facções. Cada uma delas representa um princípio, e seus integrantes devem se manter fieis às suas escolhas até o dia de suas mortes. Essa escolha é definida quando um adolescente completa 16 anos e tem que optar entre ficar na facção em que nasceu, junto de sua família e amigos, ou se mudar para uma com que se identifique mais, abandonando tudo que viveu até então.

"Aqueles que culparam a covardia fundaram a Audácia.
 Aqueles que culparam a ignorância se tornaram a Erudição.
 Aqueles que culparam o egoísmo fizeram a Abnegação.
 Aqueles que culparam a agressão formaram a Amizade.
 Aqueles que culparam a duplicidade criaram a Franqueza."

Beatrice Prior vive com sua família na Abnegação, e sua hora de ir à Cerimônia de Escolha está chegando. Apesar de não se considerar egoísta, Beatrice sabe que aquele não é seu lugar, mas não sabe como encarar o fato de deixar seus pais e seu irmão, Caleb, para trás. Antes de firmarem suas escolhas, os adolescentes passam por um Teste de Aptidão, que os encaminha para uma simulação com o intuito de descobrir a facção onde cada um se encaixa melhor. Ao passar por sua simulação, Beatrice descobre ser uma Divergente, alguém que pertence à mais de uma facção. A informação deve ser mantida em sigilo, já que o governo não tolera Divergentes, ou seja: ser um é ter uma sentença de morte. Sendo assim, Beatrice escolhe ir para a Audácia, chocando sua família e amigos.
Em uma nova realidade, Beatrice se torna Tris, e descobre que ainda não é um membro da facção que escolheu. Para se tornar Audácia, os jovens iniciados precisam passar por um processo de iniciação, que vai de lutar físicas à traumas psicológicos. De todos os adolescentes inscritos na Audácia, somente dez se tornarão membros da facção, enquanto o resto se verá sem facção. Num mundo de rótulos, não ter uma facção é como ser invisível, e ninguém quer isso.
Enquanto passa pelas provas da Audácia, Tris descobre que o governo não é tão perfeito como aparenta, e a garota se vê no meio de questões políticas que não envolvem só seu futuro, mas o de toda nação de Chicago.
Devo dizer que Divergente foi um livro incrível. A história que Veronica criou é diferente de qualquer distopia que já li, e honra todos os elogios que vem recebendo. Seus personagens são fortes, destemidos, mas humanos: podemos ver as fraquezas de cada um, e a autora soube usar bem cada personagem que criou. Nenhum foi apresentado ao público e desapareceu logo, um erro constante que autores novatos tendem a cometer.
A escrita é sutil, capaz de te dar um abraço e um tapa em seguida. O modo com que a autora narra a história é leve, flui com rapidez, e as 504 páginas voaram em minhas mãos. Não consegui largar o livro enquanto não acabava de lê-lo, e fiquei em estado de choque quando aconteceu. O final é de tirar o fôlego, e me deixou tremendo por uns bons minutos.
Se posso reclamar de alguma coisa, é em relação à edição: apesar de bem feita, a Rocco continua com páginas brancas, que dificultam a leitura. Não encontrei erros de português, e parabenizo a editora pela revisão que faz com suas obras.
Tentei fugir da comparação, mas é inevitável: em termos de primeiro livro, Divergente é muito superior a Jogos Vorazes. Apesar de Suzanne ter criado um enredo incrível, Veronica inovou no conceito de distopias, dando uma opção para aqueles que não se encantaram pelos jogos da Capital.
Forte, conceitual e inovador, Divergente me conquistou desde as primeiras páginas. Já me sinto um cidadão da Amizade, e mal posso esperar para ler a continuação, Insurgente. Para os fãs de universos distópicos, esse é um livro essencial.

Gabe | 5/5 

1 comentários:

  1. É o meu próximo na minha lista de leitura, e com certeza depois da resenha não tenho dúvida alguma que irei me apaixonar!

    -Ray

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